Quando desenhamos o cenário previsto para 2024 para eventual adequação dos nossos portfólios, o tom era relativamente positivo para o contexto econômico brasileiro e, principalmente, para os ativos de risco. Acreditávamos que a reforma tributária e o arcabouço fiscal recém-divulgados naquele momento possibilitariam ventos favoráveis para o mercado brasileiro. Naquela oportunidade, o Banco Central (BC) estava reduzindo os juros e a expectativa era de continuidade do ciclo de corte da SELIC em 2024.
Mas, com o passar dos meses de 2024, o cenário acabou se deteriorando frente ao esperado. O mercado passou a não conseguir mais prever qual seria o patamar de estabilização da inflação, que seguia em alta. Não no caso específico para 2024 (que acabou vindo ligeiramente acima da projeção que tínhamos adotado, 4,83% vs 4,30%), mas principalmente para os anos seguintes. Junto com isso, o temor que já estava presente e ganhando intensidade, da dificuldade do governo brasileiro em controlar as despesas e conter o nível do endividamento público, fez com que a pretensão do “déficit fiscal zero” ficasse somente na intensão mesmo.
Ao invés da SELIC continuar caindo, conforme inicialmente esperado, o BC teve que iniciar um movimento de alta dos juros, que segue ainda nos primeiros meses de 2025. Ao final de 2023, a Selic estava em 11,75% a.a., com estimativas de encerrar 2024 em 9% a.a.. Após atingir 10,5% a.a. em meados de 2024, a taxa subiu e encerrou o ano em 12,25% a.a.. Ao final de março deste ano, a SELIC estava em 14,25% a.a.
Mas, afinal, como isso afeta o desempenho dos investimentos da Vexty, especialmente a carteira da Classe Soberana e da Classe Renda Fixa Curto Prazo, esta última que está presente em todos os Perfis e, em maior proporção, no Perfil Conservador (Curto Prazo)?
De forma bem sucinta, o comportamento da taxa básica de juros afeta diretamente a rentabilidade dos títulos atrelados a esse indicador. A não ser em situações atípicas de mercado, que precisam ser analisadas caso a caso.
Como cerca de 85% dos ativos da Classe Renda Fixa Curto Prazo são compostos por títulos do Tesouro Nacional pós-fixados (Tesouro Selic), com alta liquidez e baixíssimo risco, a rentabilidade dessa Classe está bem correlacionada aos movimentos da taxa básica de juros.
Os outros 15% do total investido nessa carteira estão alocados em fundos que adquirem ativos de crédito privado, com portfólio diversificado e títulos com grau de investimento, sendo que a maioria desses títulos remunera o investidor com um prêmio acima do CDI1 (Certificado de Depósito Interbancário).
Esse prêmio acima do CDI, ou excesso de retorno além da taxa livre de risco, é o que o mercado denomina de spread ou prêmio de risco pelo ativo (um indicador do risco inerente à empresa emissora da dívida), constituindo parte importante da remuneração da carteira. Para ilustrar, um título que remunera o investidor com 110% do CDI tem uma rentabilidade esperada de 15,75% a.a. (ou seja, 14,25%, considerando a taxa atual dos juros, mais 1,50% de spread).
A remuneração dos investimentos em títulos de crédito privado pode ser impactada por mudanças nos spreads dos ativos. Caso ocorra um aumento nos spreads dos títulos, em relação ao nível do momento de aquisição ou última marcação a mercado, haverá uma redução no valor de mercado desses ativos, gerando uma rentabilidade negativa pontualmente. O contrário também é verdadeiro.
Esse efeito é conhecido como “marcação a mercado”, que é o método de definição do preço do título pelo valor da sua negociação no mercado financeiro. O uso desse método é imposto pela regulação do setor na Resolução CMN nº 4.994 e reconhecido como a melhor prática contábil.
Após o estresse no mercado de crédito privado local, observado principalmente no 1º semestre de 2023, relacionado ao aumento da incerteza a partir de determinados eventos, incluindo de default, por exemplo, casos Americanas e Light, os spreads de crédito estão voltando ao padrão histórico, quando observamos os indicadores do setor por meio do índice IDEX-CDI, da gestora JPG2. Historicamente, em períodos de normalidade, o índice tem um valor médio próximo a 1,5%.
Apesar de termos observado alguns desses efeitos na carteira de investimentos do Plano Vexty no início de 2023, as alocações realizadas em fundos que possuem títulos de crédito permanecem seguras e com nível de risco monitorado continuamente.
Ponderados os riscos, o que estamos avaliando atualmente, após esse estresse no mercado de crédito local em 2023, é a tendência observada de volta à normalidade de preços e a possibilidade de alocações pontuais e estratégicas em crédito na Classe Renda Fixa Curto Prazo. Essas oportunidades são discutidas e avaliadas continuamente pelo Comitê de Investimentos e Risco da Vexty (CIR). Portanto, caso não ocorram mudanças bruscas e anômalas nos juros futuros, diferindo muito em relação às expectativas do mercado, e significativa alteração no cenário de spreads de riscos de crédito, esperamos não ter impactos relevantes na rentabilidade dessa Classe de Ativos.
Notas:
1) O CDI é o custo médio que os bancos cobram para emprestar dinheiro no mercado interbancário. Esse indicador, em um ambiente normal de mercado, acompanha os movimentos da Taxa Selic.
2) Fonte: https://idex.jgp.com.br/idex-cdi-geral/, consultado em 18/mar/2024
Autonomia e segurança para a valorização do seu patrimônio. Vexty. Com certeza.
Você recebeu seu comprovante de rendimentos por e-mail. Caso não tenha recebido, entre em contato com nossa equipe de atendimento.
Você receberá um e-mail da sua empresa patrocinadora.
Este website utiliza cookies para garantir uma melhor experiência de navegação. Ao seguir navegando
neste website entendemos que você está de acordo em relação aos cookies usados. Para mais informações,
consulte nossa Política de Privacidade.