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Resultados 2023 e cenário previsto 2024

No final de 2022, quando desenhamos o cenário previsto para 2023, o tom era relativamente negativo para o contexto econômico e, principalmente, para os ativos de risco, pois falávamos de juros em um patamar elevado no Brasil e em viés de alta nas principais economias, inflação global sem tendência clara de arrefecimento, uma atividade econômica mundial com chance de forte esfriamento, entre outros fatores. Na matéria Investimentos: mercado financeiro em 2022 e cenário previsto para 2023, divulgado na edição 17 do Fique por dentro de jan-fev/23, pode ser encontrado todo o cenário previsto naquela oportunidade.

Mas na prática, o que vimos em 2023 foi a não materialização de boa parte dos temores inicialmente previstos, embora tenham aparecido alguns eventos que não estavam no radar do mercado como, por exemplo, os casos Americanas e Light (entre outros menores) e a guerra no Oriente Médio entre Israel e Hamas.

  • A confirmação do esperado ciclo de queda dos juros. A SELIC foi reduzida de 13,75% a.a. para 11,75% a.a. ao longo de 2023 (mercado projetava 12,25% a.a. – mediana para o final de 2023);
  • Apesar das preocupações com a inflação, o IPCA de 2023 fechou em 4,62% (ante 5,31% da mediana esperada pelo mercado), ficando dentro do intervalo de tolerância entre 1,75% e 4,75% estabelecido pelo Conselho Monetário (CMN), embora ainda acima do centro da meta de 3,25%;
  • O mercado temia também uma atividade econômica bastante enfraquecida (mediana do PIB de 0,8%). No entanto, ao longo do ano, com o ritmo intenso do agronegócio como destaque, o mercado revisou as estimativas para um crescimento em torno de 3%;
  • A questão fiscal foi um dos destaques. Embora tenhamos visto discursos conflitantes vindos do governo em relação às metas fiscais, a aprovação do novo Arcabouço Fiscal e as sinalizações de que o governo tem dado atenção ao tema (especialmente na busca do déficit primário zero para 2024), além da aprovação da Reforma Tributária trouxeram certo alívio ao mercado; e
  • Os casos Americanas e Light (entre outros), que impactaram o mercado de crédito local e o desempenho dos fundos de renda fixa no ano.
  • O mercado, que começou 2023 com preocupações de uma eventual recessão nas principais economias mundiais, acabou observando um ritmo de desaceleração da atividade bastante suave, especialmente nos EUA;
  • A intensidade do aperto monetário adotado pelos principais bancos centrais (EUA e Europa) foi monitorada de perto, dando lugar recentemente às apostas de quando começaremos a ver a queda nos juros, qual será seu ritmo e patamar terminal;
  • Temores com uma eventual crise energética (preços elevados), especialmente na Europa em razão da Guerra Rússia-Ucrania acabaram não se concretizando;
  • Mas em seu lugar passamos a ver o conflito no Oriente Médio (e consequentemente preocupações com seus desdobramentos); e
  • Na China, a esperada retomada do crescimento forte com a “reabertura” pós Pandemia não se concretizou, apesar do governo seguir realizando estímulos à economia.

Tendo esse pano de fundo, os Perfis de Investimentos com maior participação em ativos mais voláteis foram os que apresentaram melhores performances em 2023. Isso em razão do desempenho positivo, especialmente do mercado de ações no Brasil (medido pelo Ibovespa) e das alocações em títulos públicos atrelados à inflação (medido pelo IMA-B, um dos índices apurados pela Anbima), uma vez que quanto mais longo é o Perfil, maior são suas alocações nesses tipos de investimento.

No gráfico abaixo, é possível observar a rentabilidade líquida* registrada em 2023 pelos 10 Perfis de Investimentos oferecidos pela Vexty frente a alguns indicadores de mercado:

Resiliência e consistência do modelo de Perfis de Investimentos

O modelo de Perfis de Investimento com Data-Alvo (Target Date Funds) adotado pela Vexty tem se mostrado resiliente e consistente com seu objetivo: preservar o patrimônio no Perfil Curto Prazo e permitir expectativa de maior rentabilidade no longo prazo, porém com maior volatilidade esperada, nos Perfis com Data-Alvo, respeitando os limites de riscos de cada Classe de Ativo.

Quando analisamos o gráfico abaixo, é possível observar a rentabilidade líquida* dos Perfis desde janeiro de 2020, quando foram implementados os Perfil 2035 em diante e o desempenho de alguns indicadores de mercado. Interessante destacar que nessa janela de tempo, tivemos a ocorrência da Pandemia, eleições presidenciais no Brasil, conflito armado entre Rússia e Ucrânia, aumento da inflação e dos juros no mundo, além de expectativas de recessão econômica nos EUA e outros países desenvolvidos. Fatores esses que podem explicar a performance aquém dos ativos de risco, principalmente frente ao CDI.

Já ampliando um pouco mais o período, no gráfico abaixo trazemos a rentabilidade líquida* dos Perfis Curto Prazo, 2025 e 2030 desde maio de 2014, quando esses Perfis foram criados.

O Perfil Curto Prazo apresentou performance superior ao IPCA e ao Dólar e ligeiramente abaixo do CDI acumulado no período. Os outros dois Perfis apresentaram rentabilidade acima do IPCA e do CDI, respondendo bem às posições nas demais Classes de Ativos e à nossa estratégia de diversificação estruturada e gestão ativa em cada Classe, com foco em superar seus respectivos indicadores de referência. Destaque para o Perfil 2030 superando o CDI e o IFMM-A, e ficando bem próximo do IBOV no período, mesmo com um nível de risco menor, devido principalmente à diversificação de suas alocações.

Quando da elaboração da Política de Investimentos do Plano Vexty para 2024-2028, conforme processo que detalhamos em outra matéria desta edição do Fique por Dentro Entenda a importância e os objetivos da Política de Investimentos do Plano, estabelecemos o cenário econômico abaixo que norteará nossa gestão de investimentos nesse ano. Inclusive, no último webinar Conversa com a Vexty realizado no dia 6 de fevereiro, trouxemos alguns dos destaques do cenário econômico previsto para 2024. Clique aqui e confira o Webinar.

No Brasil, após o primeiro ano do novo governo, o cenário político-econômico de curto prazo apresenta um pouco mais de previsibilidade. A equipe econômica vem declarando, que busca atingir as metas fiscal e de inflação, o que ajudou a reduzir a percepção de riscos relacionados aos efeitos que alguma guinada imprevisível na política econômica pudesse ser implementada.

A Reforma Tributária e o Arcabouço Fiscal que foram aprovados, mesmo que um pouco distantes das propostas originais, poderão trazer efeitos de segunda ordem bastante positivos para o país nos próximos anos. Essas sinalizações ajudaram a ancorar as expectativas de inflação, de tal forma que o Banco Central iniciou o corte da taxa Selic em 2023. Entretanto, ainda restam dúvidas em torno da real capacidade do governo em controlar suas despesas e buscar o déficit fiscal “zero” em seu orçamento de 2024, assim como sobre qual seria a taxa de juros terminal desse ciclo de afrouxamento monetário.

No cenário externo, o desafio do controle inflacionário permanece, impulsionado pelas discussões sobre as questões fiscais e sobre a trajetória da dívida dos EUA, avaliada por analistas como insustentável. Nesse sentido, há uma expectativa de estabilização dos juros, nos EUA e nas principais economias da Europa, em patamar considerado elevado e restritivo, que poderá levar à desaceleração ou eventual recessão momentânea nesses países.

Há ainda a incerteza quanto ao novo nível do crescimento chinês, assim como do aumento das tensões entre China e EUA, que podem ser ampliadas a depender do cenário de eleições presidenciais nos EUA em 2024 e das movimentações na região do mar no sul da China, em especial em Taiwan. Esses eventos trazem reflexos na atividade econômica mundial e para a balança comercial do Brasil, que por hora continua mostrando um desempenho excepcional e tem proporcionado estabilidade para a moeda brasileira em meio aos desafios.

Outra incerteza a monitorar refere-se à intensidade e a duração dos conflitos geopolíticos (Rússia-Ucrania e no Oriente Médio), que trazem dúvidas ao mercado, especialmente acerca de seus impactos na economia, em razão de riscos inflacionários por conta de uma eventual crise energética e/ou do envolvimento de mais países nos conflitos.

Por fim, um eventual acordo entre o Mercosul e a União Europeia continuará sendo monitorado, dado os potenciais efeitos positivos para o fortalecimento das relações comerciais entre os países dessas regiões, como aumento da competitividade e consequente redução da taxa da inflação.

Todos esses eventos devem continuar trazendo volatilidade para os mercados financeiros globais e no Brasil. No entanto, temos sempre que lembrar: volatilidade é algo esperado, principalmente no curto prazo, mas em previdência, consistência na execução da estratégia, alinhamento com o horizonte de investimento e técnica na gestão dos recursos, com foco na macroalocação (estratégia estrutural) e diversificação dos investimentos, é o que se espera que traga retorno positivo aos Participantes e Assistidos(as).

Evidente que, apesar da visão de longo prazo, sempre estamos monitorando o cenário geral, buscando amenizar efeitos decorrentes de quedas bruscas do mercado ou incrementar os ganhos por meio de movimentos táticos/pontuais de curto prazo.

Para saber mais sobre a governança dos investimentos aqui na Vexty e como buscamos por meio de uma gestão eficiente e segura dos recursos do Plano administrado por nós, basta acessar os nossos diversos canais de comunicação e informação.

– Barclays Gbl Agg é um indicador apurado pela Bloomberg, que mede o comportamento dos preços de títulos de dívida com grau de investimento em 24 moedas.

– CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é a taxa de juros de referência para operações financeiras (principalmente de curto prazo).

– Dólar. Variação do Real frente ao Dólar dos EUA.

– IBOV (Ibovespa) é o índice que mede o desempenho das ações de empresas com grande volume de negociação na B3, a Bolsa de Valores oficial do Brasil.

– IFMM-A é um índice apurado pelo banco BTG, que mede o comportamento dos Fundos de Investimentos de Multimercado no Brasil.

– IGP-M é o Índice Geral de Preços ao Mercado apurado pela FGV.

– IMA-B é um índice apurado pela Anbima, que reflete o desempenho dos Títulos Públicos atrelados ao IPCA, independentemente do prazo de vencimento.

– IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo apurado pelo IBGE.

– S&P 500 é um dos principais índices do mercado de ações dos EUA.

Estar sempre informado(a) sobre os seus investimentos. Vexty. Com certeza.