Caro Participante e Assistido,
O ano de 2021 foi bastante desafiador para a gestão dos investimentos. O recuo dos números associados à Pandemia da Covid-19, observado ao longo do ano e que vinha trazendo alento para todo o mundo, acabou sendo interrompido antes do final do ano, com o surgimento da variante Ômicron (pelo que se observou, mais transmissível, embora relativamente menos letal). Com isso, a evolução da Pandemia continuou no radar dos investidores, assim como a preocupação de que a retomada plena da atividade econômica mundial poderia ser afetada negativamente.
Apesar disso, o PIB do Brasil avançou 4,6% no ano (ante expectativas medidas no início de 2021 que apontavam crescimento perto de 3%). No entanto, a inflação, medida pelo IPCA, acumulou alta de 10,06% em 2021 (muito acima da meta oficial), o que levou o Banco Central a adotar uma política monetária mais restritiva ao longo do ano, com a Taxa de Juros (Selic) atingindo 9,25% a.a. em dezembro (em janeiro do ano passado a Selic estava em 2% a.a., na mínima histórica). Esse cenário não era, nem de perto, esperado pelo mercado no início de 2021, quando as expectativas apontavam para um IPCA de 3,34% e uma Selic de 3,25% a.a.
Além disso, receios com o panorama fiscal no Brasil foram acentuados após o “mal-estar” no âmbito orçamentário, com a aprovação da PEC dos Precatórios, que elevou o teto de gastos do orçamento federal. A percepção do risco fiscal se tornou mais intensa, também, em função da expectativa da adoção de medidas populares pelo governo, tendo em vista as eleições presidenciais em 2022.
No cenário global, as principais economias seguiram o ritmo de retomada da atividade, a reboque dos pacotes bilionários de estímulos fiscais e monetários em cada país e do aumento contínuo no relaxamento das restrições de mobilidade devido ao maior controle da Pandemia. As economias desenvolvidas (área do Euro, UK, EUA e Japão) tiveram crescimento próximo a 5,1%, enquanto a China cresceu 8,1%.
Os preços internacionais de commodities tiveram forte alta, atingindo patamares bem elevados, quando comparados com o histórico devido a gargalos em determinadas cadeias de abastecimento. Esse cenário contribuiu, entre outros fatores, para a ampliação das preocupações com o aumento da inflação mundial, especialmente a dos EUA, criando a expectativa, por parte do mercado, de que o FED (Banco Central dos EUA) promoverá um processo de aumento dos juros ao longo de 2022, trazendo impactos para o crescimento da economia e para as taxas de câmbio de diversos países, dentre eles o Brasil (fato que já está ocorrendo nesse início de ano).
Ainda no contexto internacional, o default da construtora chinesa Evergrande de uma parcela de sua dívida levou o mercado financeiro a acompanhar e avaliar os efeitos de uma possível crise sistêmica em determinados setores da economia chinesa.
A estratégia de investimento adotada pela Vexty, apesar desse mercado turbulento, obteve resultados favoráveis em 2021. Nossa exposição acertada em investimentos no exterior, renda fixa de curto prazo, multimercado e ilíquidos, conseguiu conter os retornos negativos das carteiras de renda variável local e renda fixa juro real (inflação). Ao longo deste Relatório falaremos com mais detalhes dos investimentos aqui na Vexty.
Para 2022, algumas das principais variáveis que impactarão o humor dos investidores e os preços dos ativos já são conhecidas. Dentre elas podemos mencionar o início do ciclo de alta dos juros nos EUA pelo FED, cada vez com expectativas de maior intensidade, e a continuidade do aperto monetário no Brasil, que deve seguir pelo menos até meados do ano, a não ser que as expectativas de inflação por aqui surpreendam as estimativas atuais, o que levaria o BC a uma revisão na sua estratégia.
O aumento dos juros nos EUA pode levar a uma redução da liquidez (saída de capital) dos países emergentes. Apesar do Brasil ser um país emergente, não observamos, nesse início de ano, uma saída de capitais em função, principalmente, do aumento dos juros no Brasil, que ainda tornou o mercado local atrativo para o investidor estrangeiro. Porém, essa política monetária mais restritiva tem corroborado com as expectativas de desaceleração no ritmo de crescimento econômico doméstico. Alguns economistas chegam a estimar retração da economia brasileira neste ano.
Aliado a isso, o ambiente político-econômico bastante conturbado internamente e as preocupações com um potencial descontrole das contas públicas nesse ano que é de eleição presidencial (que pode levar o atual governo à adoção de medidas não austeras), pode desincentivar os investidores internacionais a alocarem recursos no país. O nível de crescimento chinês, a evolução do conflito envolvendo Rússia e Ucrânia e dos números da Covid-19 também devem permanecer no radar e afetar o nível de confiança dos agentes econômicos.
Esse, seria então, o cenário em que se deve desenrolar a dinâmica dos investimentos em 2022. É esperada volatilidade nos preços dos ativos no curto prazo, o que acaba refletindo no desempenho dos Perfis do Plano Vexty e sendo percebido pelos Participantes e Assistidos. Por isso reforçamos a importância do conhecimento acerca dos Perfis de Investimento e da escolha do Perfil mais adequado aos objetivos de cada Participante e Assistido. Além disso, como temos conversado, “Previdência” vai muito além do contexto imediato e está mais associada a “planejamento de futuro, principalmente de longo prazo”.
A gestão dos investimentos aqui na Vexty é pautada pela nossa Razão de Existir. “Apoiamos pessoas (…) na conquista de qualidade de vida” adotando um elevado nível de governança e diligência nos investimentos. Todos os esforços da Vexty estão voltados para otimizar os rendimentos, respeitando o horizonte de investimento de cada um dos Perfis e buscando sempre a melhor relação risco-retorno possível, considerando as respectivas alocações alvo e as condições de mercado.
Um abraço,
Vinícius Narcizo.