Após um período inédito de juros extremamente baixos, a Taxa Selic (que iniciou 2021 em 2,00% a.a., sua mínima histórica) percorreu uma longa jornada de política monetária restritiva entre março de 2021 e agosto de 2022, até atingir o patamar de 13,75% a.a., ficando estável até junho de 2023. Naquela oportunidade, como a inflação começou a convergir para a meta, o Banco Central do Brasil (BCB) iniciou um ciclo de corte nos juros até a Selic bater 10,5% a.a. em maio deste ano. No entanto, após esse período, passamos a observar uma certa deterioração (risco de desancoragem) das expectativas no ambiente doméstico quanto ao atendimento das metas de inflação e dos resultados das contas públicas deste e do próximo ano, a ponto de parte do mercado passar a acreditar e precificar a possibilidade de aumento dos juros (algo que teria sido, há meses, no mínimo, desconsiderado). Fato este que se concretizou em setembro quando o BCB elevou os juros para 10,75% a.a.. Em geral, os agentes do mercado financeiro acreditam que os juros seguirão em alta, com uma taxa Selic terminal em 2024 na ordem de 11,75% a.a., conforme informações do Relatório de Mercado do Bacen (Focus) de 27/09/24.
A expectativa do mercado financeiro, observada no Focus, é que a inflação (IPCA) encerre o ano de 2024 com alta de 4,37%, acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, embora dentro do intervalo de tolerância previsto entre 1,5% e 4,5%.
Ao final de 2023, quando da formulação do cenário base pelo Comitê de Investimentos e Risco (CIR) para a Política de Investimentos 2024-2028 da Vexty (PI), foi considerado que o CDI (que tem como referência a Selic) encerraria este ano próximo aos 9% previstos também pelo mercado, resultando em um CDI médio de 10,4%.
Mas, afinal, como isso afeta o desempenho dos investimentos da Vexty, especialmente a carteira da Classe Renda Fixa Curto Prazo, que está presente em todos os Perfis e, em maior proporção, no Perfil Conservador (Curto Prazo)?
De forma bem sucinta, o comportamento da taxa básica de juros afeta diretamente a rentabilidade dos títulos atrelados a esse indicador. A não ser em situações atípicas de mercado, que precisam ser analisadas caso a caso.
Como cerca de 85% dos ativos da Classe Renda Fixa Curto Prazo são compostos por títulos do Tesouro Nacional pós-fixados (Tesouro Selic), com alta liquidez e baixíssimo risco, a rentabilidade dessa Classe está bem correlacionada aos movimentos da taxa básica de juros.
Os outros 15% do total investido nessa carteira estão alocados em fundos que adquirem ativos de crédito privado, com portfólio diversificado e títulos com grau de investimento, sendo que a maioria desses títulos remunera o investidor com um prêmio acima do CDI1 (Certificado de Depósito Interbancário).
Esse prêmio acima do CDI, ou excesso de retorno além da taxa livre de risco, é o que o mercado denomina de spread ou prêmio de risco pelo ativo (um indicador do risco inerente à empresa emissora da dívida), constituindo parte importante da remuneração da carteira. Para ilustrar, um título que remunera o investidor com 110% do CDI tem uma rentabilidade esperada de 12,38% a.a. (ou seja, 11,25%, considerando a taxa atual dos juros, mais 1,13% de spread).
A remuneração dos investimentos em títulos de crédito privado pode ser impactada por mudanças nos spreads dos ativos. Caso ocorra um aumento nos spreads dos títulos, em relação ao nível do momento de aquisição ou última marcação a mercado, haverá uma redução no valor de mercado desses ativos, gerando uma rentabilidade negativa pontualmente. O contrário também é verdadeiro.
Esse efeito é conhecido como “marcação a mercado”, que é o método de definição do preço do título pelo valor da sua negociação no mercado financeiro. O uso desse método é imposto pela regulação do setor na Resolução CMN nº 4.994 e reconhecido como a melhor prática contábil.
Após o estresse no mercado de crédito privado local, observado principalmente no 1º semestre de 2023, relacionado ao aumento da incerteza a partir de determinados eventos, incluindo de default, por exemplo, casos Americanas e Light, os spreads de crédito estão voltando ao padrão histórico, quando observamos os indicadores do setor por meio do índice IDEX-CDI, da gestora JPG2. Historicamente, em períodos de normalidade, o índice tem um valor médio próximo a 1,5%. Esse é o patamar atual que temos visto no mercado.
Apesar de termos observado alguns desses efeitos na carteira de investimentos do Plano Vexty no início de 2023, as alocações realizadas em fundos que possuem títulos de crédito permanecem seguras e com nível de risco monitorado continuamente.
Ponderados os riscos, o que estamos avaliando atualmente, após esse estresse no mercado de crédito local em 2023, é a tendência observada de volta à normalidade de preços e a possibilidade de alocações pontuais e estratégicas em crédito na Classe Renda Fixa Curto Prazo. Essas oportunidades são discutidas e avaliadas continuamente pelo Comitê de Investimentos e Risco da Vexty (CIR).
Portanto, caso não ocorram mudanças bruscas e anômalas nos juros futuros, diferindo muito em relação às expectativas do mercado, e significativa alteração no cenário de spreads de riscos de crédito, esperamos não ter impactos relevantes na rentabilidade dessa Classe de Ativos.
Notas:
1) O CDI é o custo médio que os bancos cobram para emprestar dinheiro no mercado interbancário. Esse indicador, em um ambiente normal de mercado, acompanha os movimentos da Taxa Selic.
2) Fonte: https://idex.jgp.com.br/idex-cdi-geral/, consultado em 18/mar/2024
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